Programa REVIVE é para continuar
No âmbito do Programa Acelerar a Economia, recentemente aprovado em Conselho de Ministros, o atual governo propõe-se reativar o Programa REVIVE, afetando-lhe um novo inventário de imóveis classificados.
O Programa REVIVE foi criado em 2016, quando era ministro da cultura Luís Filipe Castro Mendes. O objetivo principal era a valorização de património público, que se encontrava devoluto ou em estado de degradação, através da sua concessão a privados.
Ao longo dos últimos anos, o programa promoveu várias intervenções em imóveis históricos, como castelos, conventos, mosteiros e outros edifícios e conjuntos de relevância patrimonial, permitindo que fossem convertidos para serem utilizados, sobretudo para fins turísticos,
A valorização do património cultural construído tendo em vista a sua utilização para fins turísticos, é, sem dúvida, uma das formas de estimular a sua salvaguarda e de criar as receitas necessárias para o respetivo financiamento. É, também, sabido que o visitante cultural gera uma maior receita do que o turista médio, contribuindo para revitalizar as comunidades locais com menor perturbação do seu dia a dia.
Embora admitindo que a valorização dos imóveis e conjuntos
históricos requer normalmente obras de beneficiação e adaptação, é necessário ter em conta que tais intervenções envolvem sempre um risco para a integridade e a autenticidade
desse património e podem fazer perigar o equilíbrio, por vezes precário, em que ele se encontra, A adaptação de um imóvel ou conjunto classificado às exigências da hotelaria atual podem revelar-se particularmente intrusivas.
Não faltam, infelizmente, os exemplos da adaptação de edifícios e conjuntos históricos a usos turísticos que se traduziram em perdas irreversíveis de património cultural.
Nas imagens: Paiol e Casa das Fardas da Cidadela de Estremoz, o último dos concursos REVIVE adjudicado.