Daniel Libeskind, o projetista do novo Museu Judaico de Lisboa
O novo Museu Judaico de Lisboa é um projeto de Daniel Libeskind, que deu recentemente uma entrevista ao Expresso (Revista, Edição 2528, 09/04/2021, p. E48).
O que ele diz sobre a memória e o património é interessante: Alguns excertos:
"Somos memória. Os projetos sem memória são amnésicos: entramos e não sabemos onde estamos. A arquitetura, o meu entender, é a arte da memória, por isso preservamos os edifícios, as cidades, as ruas. Por isso protegemos o património, porque percebemos que o que nos foi transmitido é mais do que pedra e pó, mais do que materiais físicos. A arquitetura tem algo de místico, pois lida com todos estes símbolos, com a capacidade de materiais inertes se tornarem vivos."
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"Sustentável não significa apenas a tecnologia verde - que é importante - mas quer dizer também 'memorável', algo do qual queremos tomar conta. Importar-se com algo é recordá-lo. Quando falamos de arquitetura sustentável, falamos das catedrais, do que atravessou séculos graças à fé, ao amor, à beleza."
O museu esteve para ser construído no Largo de S. Miguel, em Alfama, mas teve de mudar de sítio devido à forte resistência da população local, preocupada com a perda de moradores e a excessiva turistifcação do bairro. Para a mobilização da população foi instrumental a ação da APPA, Associação do Património e da População de Alfama, que se continua a bater para que no local, em vez do museu, seja construído um edifício para habitação.
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(Foto: "Friday Five" - daniel libeskind - Bing images)